O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, promete vingança. E o Irã afirma que, se Israel retaliar, a reação vai ser esmagadora.
Nesta terça-feira(1°), o mundo viu crescer a ameaça de uma guerra total no Oriente Médio. Enquanto forças israelenses invadiam o território do Líbano numa ação contra o Hezbollah, o Irã lançava dezenas de mísseis balísticos em direção a Israel.
Era perto das 20h, em Israel, quando as forças armadas israelenses anunciaram que o Irã tinha começado uma nova ofensiva. Os militares iranianos dispararam 180 mísseis. Eles foram vistos cruzando o céu da Jordânia, país que fica na rota entre Irã e Israel.
Os alertas soaram em várias cidades israelenses. O sistema de defesa aérea interceptou mísseis em Tel Aviv. E os projéteis também sobrevoaram Jerusalém.
Moradores buscaram abrigos em túneis e dentro do mercado. Quem não conseguiu correr para um lugar seguro se protegeu como pôde, na rua.
O Irã também disparou contra a cidade de Haifa, uma das maiores do país. O regime iraniano disse que atingiu 90% dos alvos, mas segundo autoridades de Israel, o sistema de defesa abateu quase todos os mísseis
Um vídeo verificado pelo jornal The New York Times mostra uma explosão perto do quartel-general do Mossad, o serviço de inteligência de Israel. Uma escola foi atingida no sul do país, e um míssil caiu no território palestino da Cisjordânia. Os destroços mataram uma pessoa.
Cerca de uma hora depois dos primeiros alertas, o governo israelense avisou que os ataques tinham passado e que a população podia sair dos abrigos.
A Guarda Revolucionária Iraniana declarou que a ofensiva foi uma retaliação pela morte de Hassan Nasrallah, chefe do grupo extremista Hezbollah, do Líbano, e de um comandante do Irã. Os dois morreram no bombardeio israelense à capital libanesa, Beirute, na sexta-feira (27).
O regime também afirmou que os ataques foram uma vingança pela morte de Ismail Haniyeh, chefe político do grupo terrorista Hamas, da Faixa de Gaza. Ele morreu em julho, em Teerã, numa explosão atribuída a Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o Irã cometeu um grande erro hoje e que o país vai pagar por isso. As forças armadas israelenses declararam que vão atacar alvos inimigos durante a noite.
O Líbano anunciou o fechamento do espaço aéreo por algumas horas e o Irã redirecionou aeronaves. As forças armadas iranianas ameaçaram fazer novas operações se Israel atacar.
A ofensiva desta terça-feira foi o segundo ataque direto do Irã a Israel na história dos dois países. Foi também a primeira vez que os iranianos usaram mísseis hipersônicos numa operação contra os israelenses.
Isso explica por que os mísseis chegaram a Tel Aviv e em outras cidades muito mais rápido do que num outro ataque iraniano, em abril, quando eles demoraram horas para atingir Israel.
Segundo especialistas, os modelos de mísseis usados hoje levam cerca de dez minutos para chegar ao território israelense, que fica a mais de mil quilômetros do Irã.
Enquanto os mísseis iranianos voavam, dois atiradores abriram fogo contra pedestres em Jaffa, ao sul de Tel Aviv. Seis pessoas morreram e 12 ficaram feridas.
O governo trata o caso como um atentado terrorista. Os dois atiradores foram mortos por policiais.
Os ataques desta terça-feira ocorreram um dia depois de Israel confirmar que começou incursões dentro do Líbano, contra o Hezbollah. O exército israelense afirmou que está fazendo operações pontuais em locais usados pelo grupo extremista no sul do território libanês.
Os militares destruíram túneis do Hezbollah e revelaram que essas incursões já vinham acontecendo há meses, desde o início da guerra.
Nesta terça, as forças armadas israelenses ordenaram que moradores de quase 30 cidades libanesas saiam de casa e busquem abrigo ao norte do rio Awali.
Nas últimas 24 horas, Beirute também foi atingida por bombardeios israelenses. O alvo era o bairro de Dahiyeh, no sul da capital, um reduto do Hezbollah. Israel ordenou a retirada de civis do local. Depois do ataque, o cenário era de devastação.
O ministério da saúde libanês informou que 55 pessoas morreram nesta terça-feira em ataques de Israel.
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